CUMPLICIDADE

Que louca e desvairada dor de amor,
entorpece este ser tão lucidamente apaixonado?
Cheio de dores tão cálidas,
por saber o quão dolorido
é amar-lhe tão silenciosamente!

Cheia de dores e avarias,
chego ao fim de uma tarde...
Melancolicamente estive assim
poucas vezes na vida...
Ainda assim sofro...

Vou sofrendo por não saber
esconder seus olhos dos meus,
seu sorriso entorpece-me tanto...
Que loucura estonteante!

E foi assim que o luar
testemunhou seu olhar junto ao meu.
Olhávamos ao mesmo tempo um pouco
este corpo celeste
tão maravilhosamente cúmplice de nós.

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